Finalmente terminei o meu curso de
Gestão de Turismo e estou pronto para mais e novos desafios, finalmente também
posso continuar a fazer aquilo que não fazia e agora tenho liberdade e
capacidade para fazer, posso tomar decisões por mim próprio, tenho livre arbítrio
na minha vida e poder de decisão, ao terminar o meu curso que passei com distinção,
muito suor e capacidade de esforço e ao pensar na minha fase seguinte, percebo
que a melhor maneira é fazer um estágio internacional, então com toda a
confiança do mundo e graças ás boas notas de final de curso, procuro esse
estágio, prefiro concorrer apenas a Hotéis e em Países quentes, com sol, calor
quanto baste, á primeira não entendi ou tentei perceber o porquê desta minha
escolha mas rapidamente percebi… O calor que procurava, o sol, noites quentes,
mar, diversão, alegria, amor! Amor que sempre falta me fez durante o meu curso,
os anos passaram e eu sempre focado em trabalhar e concluir a minha licenciatura,
tentei o meu melhor para esconder tão forte sentimento e agora com o objectivo
da minha licenciatura cumprido vejo que seria bom voltar a amar, encontrar uma
Princesa, abrir o meu coração, desenvolver uma forte amizade, ser entendido,
respeitado, alguém que goste de quem sou e de como sou, tudo isto… faz para mim
mais sentido num País quente! Concorro para vários Hotéis em Países como
Angola, Cabo Verde, Canárias, Brasil, etc… Esperei quatro semanas sem resposta
até que chegou o grande dia! Estava eu sentado na minha esplanada preferida em
Alcochete quando o meu telefone toca, toca, toca e toca! Recebo quatro chamadas
distintas na mesma esplanada e na mesma altura! Chamadas que pretendiam marcar
entrevista com a finalidade do estágio a que me propus! Sendo assim decidi dar
resposta indo ás mesmas, primeiro viajei para o Brasil onde estive dois dias
num Hotel na cidade do Rio de Janeiro, com vista total para a praia de
Copacabana, terminando a entrevista e já sabendo que a seguinte era igualmente
no Continente Americano, faço as malas e sigo para o Hotel seguinte na bonita
cidade de Buenos Aires (Argentina), gostei do povo alegre e sempre com boa
disposição, embora mais contido e menos exuberante que aquilo que encontrei no
Brasil, três dias na Argentina chegaram para me dar a conhecer á amável
gerência do Hotel, faço o meu regresso a Portugal e aguardo ansioso por nova
partida para mais duas entrevistas e neste caso em lugares mais exóticos ainda!
Estava com algum receio mas é do meu futuro que falo e com esse futuro no
pensamento lá parto eu para o Dubai onde encontro pessoas estranhíssimas, ainda
mais estranhas do que eu, quando a minha estadia de dois dias terminou não fiquei
com bom feeling e mais preocupado fiquei por saber que nesse mesmo dia iria
sair do Dubai directamente para a minha próxima e ultima entrevista, faço as
malas e apanho o avião para Phuket na Tailândia, mais uma entrevista concluída e
o regresso a Portugal, passaram 15 dias e não fazia ideia de qual o meu futuro
mas estava por tudo desde que não fosse para o Dubai, mas se tivesse que ir ia!
Bolas! o telefone lá toca e era mesmo o Hotel do Dubai, fiquei contente pela
oportunidade mas apreensivo, lá aceito e faço as malas porque me queriam lá em
dois dias, só que aconteceu o imprevisível ligaram de Phuket! Explodi de
alegria! Dubai para trás das costas e Tailândia é o meu destino! 6 meses de
estágio na Tailândia poderá ser o meu impulso que a minha carreira profissional
precisa e parto no dia e hora marcada para a minha nova vida, primeiro dia e
pedem-me para aguardar porque o dono do Hotel quer falar comigo, espero ansioso
até que ele chega e me diz que houve um engano nas datas e que o estágio afinal
apenas começa 15 dias após, aceito as desculpas e penso no que fazer, passo no
bar, sento-me ao balcão e peço uma cerveja, como no curso que tirei acabei por
aprender Alemão, percebi que o Barman era dessa nacionalidade, falámos sobre o
Hotel e ele deu-me umas boas dicas para me integrar, entretanto o turno dele
termina e outro colega nesse caso Tailandês entra ao serviço, fico então no meu
canto em silêncio degustando a minha fresca bebida com prazer até que… reparo
numa bonita rapariga com pele brutalmente bronzeada, morena, exótica, cativante
e que se aproxima do balcão, ela fala com o empregado em Tailandês e a certo
ponto aponta para o meu copo, sorrio e percebo que pede o mesmo que estou a
beber, como estava desenferrujado com o Alemão graças ao Karl (o Barman que
saiu de serviço) tentei o Alemão com ela dizendo que a bebida era uma boa
escolha e ela respondeu-me igualmente na língua germânica deixando-me á vontade
por falarmos a mesma língua, conversamos sobre o Hotel, ela diz que costuma vir
constantemente á Tailândia por motivos profissionais, após alguns minutos a
conversar em alemão lembrei-me que não lhe tinha perguntado o nome, no entanto,
a pergunta que lhe faço foi de onde era… fiquei parvo da minha vida quando
chego á conclusão que debitei tanto alemão para cima dela e ela vem-me dizer
que é Portuguesa… Soltei logo um “Oh caralho também eu!”, ficámos como doidos e
rimos que nem uns perdidos, quem não estava a apanhar nada era o Barman que
pensou que tínhamos fumado umas cenas, ela contou-lhe a história e agora era
ele que ria a bom rir, ficámos os três á conversa e depois de ter falado tanto
com ela e ter percebido a sua alegria contagiante e a sua loucura saudável,
diz-me que as férias estão a ser aborrecidas, eu que ainda tenho 15 dias de inactividade,
os dois livres e prontos para desbundar e é então que o Barman nos faz uma
proposta incrível, fala-nos numa ilha fantástica e na praia Ko Phi Phi Leh,
como é isolada, sem luxos, apenas boas vibrações e gente local que não faz mais
nada senão surfar e viver em comunidade, olhei a Princesa e os olhos dela, como
estava fascinada com o que ouvia e o sorriso dela, deu-me certezas que queria
ver como era este local diferente, o Barman de nome Taksin Mongkut, que
passámos a tratar por Tak disse que quando saísse de serviço levava-nos lá e
preparámo-nos para a viagem levando apenas uma mochila ás costas como o Tak nos
tinha solicitado, os três preparados para ir para este lugar fantástico, vamos
até á praia mirando o sol na sua fase descendente, chegando á praia perguntamos
ao Tak pelo barco, ele ri-se e aponta para três pranchas espetadas na areia
dizendo que vamos para a ilha nadando e remando em cima da prancha, fazemos
esta viagem para a ilha que se vê no horizonte que recebe o pôr do sol e
remamos e nadamos nessa direcção, demoramos duas horas e chegamos já de noite
cerrada, perguntamos ao Tak pelos habitantes e ele volta a sorrir pedindo
silêncio e é no silêncio da noite que ouvimos tambores e música, seguimos o
rasto do som pelo meio da floresta e chegamos á aldeia onde os habitantes
locais celebram a chegada de três convidados, dançamos, bebemos, comemos peixe
fresco do grelhador, rimos, cometemos loucuras e eu sempre bem perto de ti, o
Tak fica de rastos e acontece o mesmo á maioria dos habitantes, continuamos os
dois a desbundar, parece que as tuas gargalhadas percorrem toda a ilha, a
loucura não termina e dura toda a noite, o sol desperta e nós já sentados a
admirá-lo, parece o mesmo sol de Portugal, os dias passam, os sentimentos por
ti aumentam conforme te vou conhecendo melhor, a minha pele branca vai ficando
mais parecida com a tua pele morena e tudo acontece, para nós a praia de Ko Phi
Phi Leh muda de nome para praia do amor, já que o resultado destes dois dias nesta
ilha foi ficarmos encantados, vivemos intensamente todos os encantos da ilha,
convivemos alegremente com todos os habitantes, participamos e integramo-nos na
comunidade e terminam as nossas férias, regressas a Portugal, eu começo o
estágio no Hotel, o nosso enamoramento aumenta, criamos uma “ponte aérea” entre
Phuket e Lisboa, vens tu á Tailândia e vou eu periodicamente a Portugal, integro-me
totalmente no País, conheço muita gente, faço muitos amigos e vivo por ti todos
os dias, até que um dia entra uma pessoa nas nossas vidas, um tsunami abateu a
ilha, muitos morrem, muitos perdem as suas casas e um casal amigo meu não é
excepção, pior foi perceber que esse casal tinha um filho que agora fica órfão,
não aceito que vá para um orfanato local porque têm prática comum de tráfico
humano, este rapaz também a minha Princesa sempre conheceu quando vinha a
Phuket e passávamos tempo juntos, falámos sobre o assunto e como fazer, decidimos
que o Kiatusik, Kia como nós carinhosamente o tratávamos, iria ficar connosco,
o nosso enamoramento explodiu ainda mais e não havia nada a fazer para o travar
e nem o queríamos fazer, a partir deste momento os três tínhamos um futuro pela
frente, futuro de luta, de alegria, de loucura e muito amor e emoção. Falámos
em um dia quando o Kia for mais crescido levá-lo á nossa ilha do amor, os três,
cada um na sua prancha de surf e leva-lo a visitar todos os nossos amigos que
lá moram e visitamos sempre que podemos da maneira de sempre, prancha espetada
na areia e duas horas a nadar e remar… Assim sou feliz!!
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