Num planeta longínquo e
conquistador, o sabor da vitória é constante, um povo marcado pela conquista
violenta, por garantir evolução tecnológica recorrendo á força, a educação dos
mais novos é militarizada, os exércitos numerosos e preparados para tudo e
contra todos, o governador não é possuidor da vida eterna e acaba de falecer,
para o seu lugar o escolhido será o melhor comandante militar e que por acaso…
acabara de partir numa missão com os seus fiéis cinco implacáveis soldados que
sempre o acompanharam nos mais diversos perigos e aventuras, partiram num novo
ataque e demoraram dez dias a chegar ao próximo planeta por conquistar,
chegando lá o piloto informa que o planeta está em chamas correndo o risco de
explodir, terminando com toda a existência, mas informa também que ainda têm
uma janela de trinta minutos para tentar obter qualquer tipo de tecnologia
eventualmente proveitosa, dizendo isto o comandante não demorou a ordenar que
aterra-se a nave e assim que a porta abre o comandante é o primeiro a meter as
botas no solo, os cinco soldados atrás dele, os olhos negros do comandante
procuram algo que se aproveite no meio da destruição, corpos desfigurados
espalhados pelo chão tal como a face dele, uma cicatriz cruza-lhe o olho e a
face, fúria visível, dor, mágoa e maldade reinava neste destemido comandante.
Ao longe vê movimento, faz sinal aos soldados para uma posição defensiva e
fazem progressão até ao local, chegando lá vêm um grupo de vinte desfiguradas
figuras que protegem algo com vigor, os soldados vão afastando-os com sede em
encontrar o tipo de tesouro que escondido debaixo destas tristes criaturas mas afinal
o tesouro apresentou-se improvável… um vulto de cabelos loiros, feminina e suja
mas… muito bela! Um soldado questiono-a acerca do que acontecera e ela relatou
que um terrível ataque químico atacara aquele mundo levando-o á destruição e
morte de todos os habitantes, apenas os vinte desfigurados que a acompanhavam e
ela própria sobreviveram, enquanto ela falava o comandante nada dizia,
permanecia imóvel, admirado como alguém tão desfigurada fosse tão bela, a
mulher disse também que era uma Princesa daquele mundo e que se não fossem os
vinte fiéis provavelmente estaria morta e sim, também ela não compreendia como
alguém com o rosto tão fechado como o do comandante, tão cheio de ódio e terror
poderia ser… uma beleza escondida… O comandante aproxima-se com passos firmes e
seguros, estende a mão á Princesa dizendo… o vosso mundo terminou, venham para
a nossa nave, ajudamo-vos e depois logo se vê o que fazer convosco, esperando
receber um voto afirmativo a Princesa deixa o comandante de mão estendida e diz
que será a última a entrar na nave, primeiro os vinte fiéis, assim sendo,
depois de todos entrarem, agora sim, a mão do comandante tem resposta e este levanta
a Princesa mas… o corpo está fraco e cede, o comandante vai a tempo e segura-a,
pega-a ao colo e leva-a para a nave.
Um ano passou e todos as
feridas curadas, graças á avançada medicina local, nesse momento em dia de
celebração, dia de cerimónia, num mundo que já não tão agressivo e
militarizado, agora já se vêem pessoas a sorrir na rua, o local da cerimónia
estava cheio de gente para ver… o casamento da Princesa e do ex-comandante, sim
ex, agora com a promoção a líder do seu povo tinha superado a sua maior prova!
Conquistou muito mais agora, fora conquistado também! E premiado por finalmente
ignorar a chama da conquista para uma mais humana. Terminada a cerimónia, o
novo líder deste mundo, a agora curada e lindíssima Princesa e os seus fiéis
vinte soldados da sua guarda pessoal tal como também todos os habitantes, assim…
foram felizes!
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