domingo, 8 de abril de 2012

Príncipe em fúria


Hoje o sol não espreita, os pássaros não cantam e as flores perderam o cheiro, será que afinal a greve é hoje? Ou sou eu que estou em greve?
Nostalgia reina á minha volta e em fúria fecho as janelas e bato a porta. Hoje não praia nem mar, o mar hoje está parado…. Hoje o que preciso é de um saco de boxe para descarregar emoções e sentimentos, fazê-los explodir em direcção ao saco de areia com toda a violência, as minhas mãos sangram pelos nós dos dedos, o meu gosto por Muay Thai vem ao de cima e atira-se com uma fúria sem igual para o “amigo” saco, agora também as pernas sangram levemente, o suor salta para fora do meu corpo e molha o meu fato negro, camisa branca e gravata preta, começo por tirar o casaco e atirá-lo para longe, a gravata voa rapidamente, os botões não resistem e rebentam ao puxar a camisa, os sapatos também negros são arremessados com violência e agora, apenas em calças negras de fato, foco o meu objectivo, ofegante, oiço a minha respiração, os meus músculos definidos devoram o suor que me escorre pela pele, os meus olhos castanhos semicerrados olham para o saco sem pestanejar e apenas com calças negras de fato e o meu cinto Springfield ataco sem parar o meu alvo preso ao tecto por uma corrente imponente, enquanto ataco sinto estuque a cair-me em cima, o saco tem dificuldade em aguentar a minha fúria até que a corrente parte… o saco cai ao chão e eu fico imóvel, ainda mais suado, com mais sangue, mas… muito mais aliviado. Tomo banho, e depois de curadas as minhas feridas interiores, estanco o sangue, faço curativo, visto fato de treino negro, capuz na cabeça, ténis Adidas negros, abro a porta, saio á rua e corro 10kmts pelo Parque da Cidade. Sozinho, assim sou feliz…

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