Hoje o sol não espreita, os
pássaros não cantam e as flores perderam o cheiro, será que afinal a greve é
hoje? Ou sou eu que estou em greve?
Nostalgia reina á minha volta
e em fúria fecho as janelas e bato a porta. Hoje não praia nem mar, o mar hoje
está parado…. Hoje o que preciso é de um saco de boxe para descarregar emoções
e sentimentos, fazê-los explodir em direcção ao saco de areia com toda a
violência, as minhas mãos sangram pelos nós dos dedos, o meu gosto por Muay
Thai vem ao de cima e atira-se com uma fúria sem igual para o “amigo” saco,
agora também as pernas sangram levemente, o suor salta para fora do meu corpo e
molha o meu fato negro, camisa branca e gravata preta, começo por tirar o
casaco e atirá-lo para longe, a gravata voa rapidamente, os botões não resistem
e rebentam ao puxar a camisa, os sapatos também negros são arremessados com
violência e agora, apenas em calças negras de fato, foco o meu objectivo,
ofegante, oiço a minha respiração, os meus músculos definidos devoram o suor
que me escorre pela pele, os meus olhos castanhos semicerrados olham para o
saco sem pestanejar e apenas com calças negras de fato e o meu cinto
Springfield ataco sem parar o meu alvo preso ao tecto por uma corrente
imponente, enquanto ataco sinto estuque a cair-me em cima, o saco tem
dificuldade em aguentar a minha fúria até que a corrente parte… o saco cai ao
chão e eu fico imóvel, ainda mais suado, com mais sangue, mas… muito mais
aliviado. Tomo banho, e depois de curadas as minhas feridas interiores, estanco
o sangue, faço curativo, visto fato de treino negro, capuz na cabeça, ténis
Adidas negros, abro a porta, saio á rua e corro 10kmts pelo Parque da Cidade. Sozinho,
assim sou feliz…
Sem comentários:
Enviar um comentário