Mais uma vez praia, sol e mar,
onde me sinto bem é onde me encontro, olho a paisagem em total paz interior,
penso, medito… existo! Momento de relaxamento e emoções, tranquilamente sozinho
no meio de alguma multidão contemplo a paisagem, o sol ainda alto começa a sua
curva descendente, por meio de nuvens nenhumas, sempre em direcção das águas
revoltas de Espinho, aguardo como noutros dias o mergulhar do sol no mar, até
que algo diferente acontece, sinto um toque quente no ombro, uma mão, vejo que
não é nova, é uma mão enrugada, envelhecida… o meu olhar procura mais e
encontra… pessoa idosa, velha, pouco cuidada e olhar triste que me diz… “Por
favor saia daqui.” Escandalizado e sempre num tom educado tomo o poder de
resposta, perguntando se estava ali a fazer mal ou a incomodar alguém sentado
no paredão e virado para o mar… a resposta da velhota não demorou e lá me disse
ela que o facto de estar ali sentado não incomodava ninguém a não ser… a mim
próprio! Abro a boca de espanto e digo que estou ali simplesmente porque gosto
e me faz bem… a velhinha abana a cabeça e diz que não e que no fundo eu saberia
que estava errado e a enganar-me a mim próprio… paro dez segundos… a mão da
senhora no meu ombro fica mais quente e aperta um pouquinho o meu casaco de
fato negro e de repente, como se uma forte tempestade tivesse surgido do nada,
o meu rosto, fica molhado e água escorre, chuva explode-me pelos olhos que
vermelhos ficam e de um momento para o outro… um abraço que não sei se fui eu
que o procurei ou a velhinha mo ofereceu… nesse abraço longos minutos passaram e
quando terminou, a mesma mão que no meu ombro estava, na face me toca, sinto a
mesma mão quente agora na pele, noto também como é uma mão cansada, toque nada
suave nem macio, mas quente e poderoso… a velhinha afasta-se e eu faço
exactamente o que ela pediu, afasto-me também, vou para casa, procuro escuro,
procuro solidão, procuro paz onde não há, procuro calor onde não encontro,
procuro alguém onde não existe, mas só me encontro a mim, e assim, talvez assim…
seja feliz!
Antes de encontrarmos os outros ou alguém que nos preencha, devemos encontrar-nos a nós próprios para podermos completar-nos da melhor forma possivel :)
ResponderEliminarVerdade! Olhar para dentro de nós e em frente ao espelho perguntar... "Quem és tu? diz-me a verdade pura e sincera... Quem és tu?" só depois de sabermos quem somos e do que somos capazes é que devemos olhar, amar e se for necessário julgar os outros. Só quando for Rosa poderei reconhecer outras Rosas até lá será só espinhos... :P
EliminarÉ bem verdade :)
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